Resenha
Crítica de Angela Cristina Brod - Ciências Contábeis
HUNTER,
James C. (tradução Maria da Conceição Fornos Magalhães). O Monge e o Executivo: Uma história sobre a essência de liderança.
9 ed. Rio de Janeiro: Sextante. 2004, p.139.
Angela Cristina Brod[1]
Aderlan Messias de Oliveira[2]
James
C. Hunter, consultor chefe da J.D. Associados, empresa de consultoria de
relações de trabalho e treinamento. Com mais de vinte anos de experiência,
passou a atuar como instrutor e palestrante, principalmente nas áreas de
liderança funcional e organização de grupos comunitários e em seu livro
intitulado “O Monge e o Executivo”, narra uma história sobre a essência de
liderança.
O
contexto do livro decorre em 139 páginas, sete capítulos que descrevem um
verdadeiro programa para mudanças de comportamento, bem como a necessidade de John
Daily, homem de negócios bem sucedidos, com esposa afetuosa e amorosa, filhos
muito queridos e desejados e um time de beisebol, no qual é treinador, que por
momentos sente-se fracassado diante de todas as conquistas que sempre desejou.
Diante de muitas dificuldades enfrentadas, John imaginava que o mundo estivesse
contra ele, o desinteresse da esposa, falta de autoridade com os filhos,
derrotas do time de beisebol e funcionários da fábrica aderindo a movimentos
sindicalistas.
Algumas
coincidências em torno do nome “Simeão”, também o perturbavam, inclusive um
sonho recorrente envolvendo esse nome, e havia os que acreditassem ser o
caminho para resolver os problemas enfrentados. Decide então passar uma semana
no mosteiro para participar de um retiro sobre liderança, comandado pelo frade
Leonard Hoffman - o irmão “Simeão”, um influente empresário americano que
abandonara sua carreira, em busca de um novo sentido para sua vida, servindo aos
outros e vivendo no mosteiro.
Os
seis líderes que participam do retiro com irmão Simeão, trazem consigo
conceitos e práticas particulares sobre liderança, principalmente pautada no
poder e autoridade. No primeiro capítulo, a obra retrata as definições sobre liderança,
compartilhada mutuamente entre os participantes e apresentada como a habilidade
de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos
objetivos identificados como sendo para o bem comum.
O
segundo capítulo do livro demonstra o paradoxo entre os velhos paradigmas e novos paradigmas do processo de liderança. Os
paradigmas apresentam a visão do líder em relação aos subordinados e apontam
para a necessidade do líder servir aos subalternos, inclusive sacrificando-se
para satisfazer necessidades alheias e oferecer-lhes condições para
desempenharem a função sem temer a um líder autoritário e poderoso, e sim,
visualizar no líder um apoio, um suporte capaz de atender as dificuldades e
necessidades dos empregados, em busca de um objetivo comum que é a sucesso da
empresa.
A
abordagem do terceiro capítulo se refere ao modelo de liderança, assimilado pelos participantes do retiro,
sendo o modelo da autoridade com influência, de serviço e sacrifício, de amor
no comportamento pelas outras pessoas e vontade de transformar intenções em
ações.
Segundo
Hunter (2004, p.72, grifo do autor), “Não
tenho necessariamente que gostar de meus jogadores e sócios, mas como líder
devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho em equipe, o amor respeita a
dignidade e a individualidade. Esta é a força de qualquer organização.”
Nesse sentido, no quarto capítulo, a obra mostra a importância do verbo amar, entretanto, não no contexto
de sentimento e sim de comportamento, como expressões de paciência, bondade,
humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade e confiança. A vida
permite a cada pessoa escolhas que levam a caminhos vitoriosos ou de sofrimento
e solidão e o comportamento levam as pessoas a esses caminhos. O líder deve ter
um interesse especial no sucesso daqueles que lideram, dessa forma, tratar cada
um com a maior importância, fazendo sentir-se valorizado e importante.
Embora
comportamento seja essencial, dispor de um ambiente
saudável para as pessoas crescerem e terem sucesso, também é importante. No
quinto capítulo, o livro demonstra uma metáfora de plantar um jardim. O jardim
precisa de cuidados como preparar a terra, adubar, semear, regar, eliminar as
pragas, dispor as plantas ao sol e aguardar pacientemente para o crescimento
dos frutos. Assim como o ambiente social, familiar ou do trabalho, necessita de
todos os cuidados como atenção, paciência, amor, dedicação, compreensão.
Para
alcançar um ambiente saudável, a mudança precisa acontecer com pequenos atos, do
dia a dia. Comportamentos positivos acabarão produzindo sentimentos positivos.
Nesse sentido, no capítulo seis, o livro esclarece que a liderança começa com
uma escolha, entre elas, a opção de
encarar muitas responsabilidades que um líder dispõe a assumir e alinhar ações
com boas intenções, ainda que muitas pessoas não queiram assumir a
responsabilidade adequada e prefiram ignorá-la, tentando justificar o mau
comportamento e a falta de caráter. No processo de liderança, todos fazem as
escolhas a respeito do comportamento e uma delas deve ser, aceitar a
responsabilidade por essas escolhas, que significa ser paciente, bom ouvinte,
humilde, respeitador, generoso, capaz de perdoar, honesto e comprometido, para
com os liderados. Em líderes com caráter, essa habilidade da escolha acontece
inconscientemente.
O
sétimo é o capítulo final da obra e elucida, quando as escolhas acontecem de
forma inconsciente, certamente o líder terá habilidades, comportamento e
compromisso, e seguramente a recompensa
será a alegria. “Alegria é a satisfação interior e a convicção de saber que
está verdadeiramente em sintonia com os princípios profundos e permanentes da
vida.” (HUNTER, 2004, p.133).
As
páginas finais do livro sintetizam a ideia da responsabilidade e da recompensa de
ser um líder de sucesso. O líder opta pela autoridade e influência, precisa
fazer escolhas e sacrifícios e necessita de muita disciplina e a recompensa são
os prêmios, os ganhos, a certeza do objetivo alcançado, da tarefa divina na
terra comprida com excelência.
O
livro “O Monge e o Executivo: Uma história sobre a essência da liderança”
retrata ideias e fatos originais do cotidiano da vida e leva a reflexão de cada
ideia contida nas entre linhas de seus textos. De linguagem simples e fácil
compreensão pode ser indicado para diversos públicos como acadêmicos,
empresários, profissionais liberais e aos vários segmentos da sociedade civil
com atribuições afins.
Com
direcionamento das ideias voltadas para a mudança de comportamento das pessoas
em busca de melhores relacionamentos sociais, familiares e profissionais, pode ser
importante também para líderes familiares, por exemplo. Absolutamente convincente
que deve-se amar a Deus e ao próximo, da mesma forma respeitá-lo e talvez não
seja preciso fazer parte de uma religião, mas é necessária a espiritualidade,
que direciona o indivíduo a um objetivo maior, que viver a vida. E se desejar
tornar-se um grande líder de sucesso, e não sabe por onde começar, basta fazer uma
escolha e dar apenas um primeiro passo para uma nova e longa jornada vitoriosa.
[2] Especialista em Psicopedagogia (FASB), Licenciado em Letras Vernáculas
(UNEB) e Bacharel em Direito (FASB). Professor da disciplina Metodologia
Científica do curso de Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de
Barreiras – FASB.
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