sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Resenha crítica de Angela Brod - Ciências Contábeis


Resenha Crítica de Angela Cristina Brod - Ciências Contábeis

HUNTER, James C. (tradução Maria da Conceição Fornos Magalhães). O Monge e o Executivo: Uma história sobre a essência de liderança. 9 ed. Rio de Janeiro: Sextante. 2004, p.139.

 

 

 

Angela Cristina Brod[1]

Aderlan Messias de Oliveira[2]

 

 

 

James C. Hunter, consultor chefe da J.D. Associados, empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento. Com mais de vinte anos de experiência, passou a atuar como instrutor e palestrante, principalmente nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários e em seu livro intitulado “O Monge e o Executivo”, narra uma história sobre a essência de liderança.

O contexto do livro decorre em 139 páginas, sete capítulos que descrevem um verdadeiro programa para mudanças de comportamento, bem como a necessidade de John Daily, homem de negócios bem sucedidos, com esposa afetuosa e amorosa, filhos muito queridos e desejados e um time de beisebol, no qual é treinador, que por momentos sente-se fracassado diante de todas as conquistas que sempre desejou. Diante de muitas dificuldades enfrentadas, John imaginava que o mundo estivesse contra ele, o desinteresse da esposa, falta de autoridade com os filhos, derrotas do time de beisebol e funcionários da fábrica aderindo a movimentos sindicalistas.

Algumas coincidências em torno do nome “Simeão”, também o perturbavam, inclusive um sonho recorrente envolvendo esse nome, e havia os que acreditassem ser o caminho para resolver os problemas enfrentados. Decide então passar uma semana no mosteiro para participar de um retiro sobre liderança, comandado pelo frade Leonard Hoffman - o irmão “Simeão”, um influente empresário americano que abandonara sua carreira, em busca de um novo sentido para sua vida, servindo aos outros e vivendo no mosteiro.

Os seis líderes que participam do retiro com irmão Simeão, trazem consigo conceitos e práticas particulares sobre liderança, principalmente pautada no poder e autoridade. No primeiro capítulo, a obra retrata as definições sobre liderança, compartilhada mutuamente entre os participantes e apresentada como a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum.

O segundo capítulo do livro demonstra o paradoxo entre os velhos paradigmas e novos paradigmas do processo de liderança. Os paradigmas apresentam a visão do líder em relação aos subordinados e apontam para a necessidade do líder servir aos subalternos, inclusive sacrificando-se para satisfazer necessidades alheias e oferecer-lhes condições para desempenharem a função sem temer a um líder autoritário e poderoso, e sim, visualizar no líder um apoio, um suporte capaz de atender as dificuldades e necessidades dos empregados, em busca de um objetivo comum que é a sucesso da empresa.

A abordagem do terceiro capítulo se refere ao modelo de liderança, assimilado pelos participantes do retiro, sendo o modelo da autoridade com influência, de serviço e sacrifício, de amor no comportamento pelas outras pessoas e vontade de transformar intenções em ações.

Segundo Hunter (2004, p.72, grifo do autor), “Não tenho necessariamente que gostar de meus jogadores e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho em equipe, o amor respeita a dignidade e a individualidade. Esta é a força de qualquer organização.” Nesse sentido, no quarto capítulo, a obra mostra a importância do verbo amar, entretanto, não no contexto de sentimento e sim de comportamento, como expressões de paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade e confiança. A vida permite a cada pessoa escolhas que levam a caminhos vitoriosos ou de sofrimento e solidão e o comportamento levam as pessoas a esses caminhos. O líder deve ter um interesse especial no sucesso daqueles que lideram, dessa forma, tratar cada um com a maior importância, fazendo sentir-se valorizado e importante.

Embora comportamento seja essencial, dispor de um ambiente saudável para as pessoas crescerem e terem sucesso, também é importante. No quinto capítulo, o livro demonstra uma metáfora de plantar um jardim. O jardim precisa de cuidados como preparar a terra, adubar, semear, regar, eliminar as pragas, dispor as plantas ao sol e aguardar pacientemente para o crescimento dos frutos. Assim como o ambiente social, familiar ou do trabalho, necessita de todos os cuidados como atenção, paciência, amor, dedicação, compreensão.

Para alcançar um ambiente saudável, a mudança precisa acontecer com pequenos atos, do dia a dia. Comportamentos positivos acabarão produzindo sentimentos positivos. Nesse sentido, no capítulo seis, o livro esclarece que a liderança começa com uma escolha, entre elas, a opção de encarar muitas responsabilidades que um líder dispõe a assumir e alinhar ações com boas intenções, ainda que muitas pessoas não queiram assumir a responsabilidade adequada e prefiram ignorá-la, tentando justificar o mau comportamento e a falta de caráter. No processo de liderança, todos fazem as escolhas a respeito do comportamento e uma delas deve ser, aceitar a responsabilidade por essas escolhas, que significa ser paciente, bom ouvinte, humilde, respeitador, generoso, capaz de perdoar, honesto e comprometido, para com os liderados. Em líderes com caráter, essa habilidade da escolha acontece inconscientemente.

O sétimo é o capítulo final da obra e elucida, quando as escolhas acontecem de forma inconsciente, certamente o líder terá habilidades, comportamento e compromisso, e seguramente a recompensa será a alegria. “Alegria é a satisfação interior e a convicção de saber que está verdadeiramente em sintonia com os princípios profundos e permanentes da vida.” (HUNTER, 2004, p.133).    

As páginas finais do livro sintetizam a ideia da responsabilidade e da recompensa de ser um líder de sucesso. O líder opta pela autoridade e influência, precisa fazer escolhas e sacrifícios e necessita de muita disciplina e a recompensa são os prêmios, os ganhos, a certeza do objetivo alcançado, da tarefa divina na terra comprida com excelência.

O livro “O Monge e o Executivo: Uma história sobre a essência da liderança” retrata ideias e fatos originais do cotidiano da vida e leva a reflexão de cada ideia contida nas entre linhas de seus textos. De linguagem simples e fácil compreensão pode ser indicado para diversos públicos como acadêmicos, empresários, profissionais liberais e aos vários segmentos da sociedade civil com atribuições afins.

Com direcionamento das ideias voltadas para a mudança de comportamento das pessoas em busca de melhores relacionamentos sociais, familiares e profissionais, pode ser importante também para líderes familiares, por exemplo. Absolutamente convincente que deve-se amar a Deus e ao próximo, da mesma forma respeitá-lo e talvez não seja preciso fazer parte de uma religião, mas é necessária a espiritualidade, que direciona o indivíduo a um objetivo maior, que viver a vida. E se desejar tornar-se um grande líder de sucesso, e não sabe por onde começar, basta fazer uma escolha e dar apenas um primeiro passo para uma nova e longa jornada vitoriosa.   



[1] Acadêmica do curso de Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB).
[2] Especialista em Psicopedagogia (FASB), Licenciado em Letras Vernáculas (UNEB) e Bacharel em Direito (FASB). Professor da disciplina Metodologia Científica do curso de Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.

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