sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Resenha Crítica de Deyse e Cinthia - ENFERMAGEM


GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de redação: O que é preciso saber para bem escrever. 2ª edição/2ª tiragem. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p.147.



Cinthia Câmara Rocha Silva[1]

Deyse Sabrinne de Souza Lopes [2]

Aderlan M. de Oliveira3



Lucília Garcez, licenciada em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, mestre em Literatura pela Universidade de Brasília e doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em sua obra intitulada “Técnica de Redação – O que é preciso saber para bem escrever” traz uma abordagem acerca do processo de escrever, almejando desmistificar crenças cristalizadas que bloqueiam a elaboração e a fruição de um bom texto, além de evidenciar e esclarecer os mecanismos e habilidades envolvidas no ato da escrita, permitindo ao leitor compreender a importância do domínio desta no mundo contemporâneo.

A abrangência da referida obra contempla, dentre 147 páginas, oito capítulos que explanam inicialmente sobre as verdades e mentiras implicadas na progressão da técnica de escrever, elucidando de forma simplória que a dominação da escrita pode ser conquistada por todo e qualquer indivíduo através de muito esforço, dedicação e principalmente muita leitura, desestruturando a ideologia estereotipada que caracteriza o ato de escrever como um dom, um ato espontâneo.

Garcez (2008) contempla no segundo capítulo do livro explanações concisas que buscam instruir o leitor à prática da escrita, estimulando-o a refletir sobre a necessidade da releitura e da reestruturação das produções para o alcance da satisfação. A utilização de fragmentos textuais de escritores como Gabriel Márquez e Paulo Campos para exemplificar a contextualização capitular é um recurso fantástico que auxilia o interlocutor a compreender a articulação das ideias presentes no capítulo.

O terceiro capítulo da obra fundamenta com muita clareza e especificidade sobre a influência e a importância do ato da leitura no processo de aderência de conhecimentos e agilidade para o exercício da escrita, evidenciando a interrelação existente entre o ler e o escrever. O enredo do capítulo abrange, ainda, procedimentos inteligentes que encaminham o apreciador da obra a desenvolver uma leitura produtiva, estigando-o à prática constante desse hábito.

O desenvolvimento das ideias ao longo do livro flui de forma coerente, intercalando progressivamente a essência de cada capítulo. Nessa perspectiva, o quarto capítulo é estruturado visando detalhar e enfatizar o intercâmbio existente entre os domínios da leitura e da escrita, mencionado no capitulo anterior. Para a concretização desse objetivo a autora explana sobre recursos como resumos, esquemas e paráfrase, que auxiliam o leitor a consolidar as informações adquiridas em leituras e a conquistar um acervo mental amplo que facilita a elaboração de textos.

A descrição do quinto capítulo engloba as decisões preliminares fundamentais para orientação da produção textual. Por meio de uma explicação rebuscada, Lucília Garcez estabelece o valor do planejamento na gênese do desenvolvimento da escrita. Afirma com propriedade que é preciso estabelecer os objetivos para determinação da função da linguagem e do gênero textual que irão preponderar no texto.

O sexto capítulo compreende elucidações organizadas, bem articuladas, que dão enfoque à organização e à hierarquização das ideias que devem ser previamente selecionadas para composição da escrita. Com grande maestria são empregados trechos de textos de José Castello e Marilena Chauí para exemplificar o processo de ordenação das ideias.

A coesão textual é a referência que norteia o sétimo capítulo. A autora busca focalizar o entrelaçamento das ideias e dos elementos gramaticais optados para construção textual, através das diversas variações de coesão (referencial, lexical, elipses e substituições), explicando, sem complexidade, que a manutenção da unidade de uma produção e a garantia da sua coerência é resultado do usufruto de elos coesivos. O referido capítulo enfatiza ainda, problemáticas decorrentes da ausência de coesão como: truncamentos semânticos, ambigüidade, confusão.

O capítulo final do livro traz reflexões respeitáveis sobre a importância da releitura como um instrumento de aperfeiçoamento do texto, que possibilita a reestruturação e a reescrita deste. Nesse contexto, Garcez (2008) discute acerca da revisão de aspectos como a impessoalidade, vocabulários, pontuação, estrutura de períodos, visando despertar no redator a aptidão para a conquista de um texto satisfatório.

As páginas finais da obra contemplam respectivamente uma bibliografia comentada de apoio ao aluno e uma bibliografia para aprofundamento, recursos de grande valia para orientar o leitor diante da gama de literaturas existentes que tratam da temática em questão.

A obra “Técnica de Redação – O que é preciso saber para bem escrever” é elaborada sob ideias originais, sendo inovadora ao propor ao final de cada capítulo exercícios estimulantes para o desenvolvimento da prática da escrita. Por possuir uma linguagem pouco rebuscada e muita precisa, é altamente recomendável para qualquer público que anseie aperfeiçoar sua capacidade de produção textual, como também para estudantes e professores que tratam com redação e linguagem. Apesar de englobar algumas redundâncias ao longo de suas contextualizações, o livro contribui magnificamente para aprendizagem das habilidades de um redator competente. Diante de uma obra tão envolvente, que permite compreender as articulações da escrita, resta afirmar que a sua leitura é indispensável.







[1] Acadêmica do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB).
[2] Acadêmica do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB) e Técnica em Edificações (IFBA).

3 Especialista em Psicopedagogia (FASB), Licenciado em Letras Vernáculas (UNEB) e Bacharelando em Direito (FASB). Professor da disciplina Metodologia Científica I do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB.

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