ANÁLISE
SEMÂNTICO-PRAGMÁTICA DE EXPRESSÕES UTILIZADAS NO DOCUMENTÁRIO FALCÃO: MENINOS
DO TRÁFICO E DA LETRA DA MÚSICA “O BAGULHO É DOIDO”, DE MV BILL
Por Eliane, Adaiana e Mariene [Letras/UNEB]
Este trabalho se constitui como uma análise
semântico-pragmática de expressões peculiares utilizadas no contexto
apresentado pelo documentário Falcão:
meninos do tráfico e pela letra da música O bagulho é doido de MV Bill.
Falcão:
meninos do tráfico é um documentário brasileiro, resultado de
uma parceria entre o rapper MV Bill e
o empresário Celso Athayde, o qual retrata
a vida de adolescentes de “favelas”
situadas em diferentes regiões do país, os quais estão a serviço do crime e das drogas.
Traz em seu contexto as histórias de jovens e
crianças que tiveram suas vidas entregues à criminalidade, porém numa perspectiva
diferente daquelas normalmente mostradas pela mídia, na qual eles são sempre
considerados como bandidos, sem apresentar os vários problemas que estão por
trás de toda essa realidade e que na maioria das vezes só se ouve e se vê as
versões narradas e analisadas por aqueles que nunca vivenciaram tal situação de
caos.
A música O
bagulho é doido abre o documentário, pois sua letra descreve o mesmo
contexto relatado: pobreza, violência, criminalidade, discriminação social,
estrutura familiar degradada, falta de políticas públicas, entre outros
problemas. Dentro deste contexto é possível analisar o uso de algumas
expressões. Vale salientar que as palavras sofrem no decorrer do tempo várias transformações
que muitas vezes alteram seus significados semânticos.
Essas mudanças se dão no decorrer do tempo e acabam
por romper uma esfera semântica anterior e assumir assim novos valores, sendo
alteradas na extensão do significado, no enobrecimento ou enfraquecimento
deste, e muitos são os motivos que favorecem essa perpétua transformação, como
a criação de neologismos, as próprias figuras de linguagens, fatores
polissêmicos entre outros, dentro deste processo de significação são inseridos
também fatores relevantes como a própria entonação, expressão facial e os gestos.
Tais afirmações são ratificadas na fala de Pagliaro
citado por BECHARA ( 2009, p. 397): “Também as palavras são uma
espécie de conchas, às quais temos de encostar o ouvido com humilde atenção, se
quisermos apreender a voz que delas ressoa”.
Diante disso, é possível
afirmar que há uma necessidade de articulação entre a semântica e a pragmática,
uma vez que ambas estão atreladas, sobretudo quando se pretende entender
significados e sentidos expressos nas sentenças com base em um determinado
contexto e assim favorecer a compreensão de possíveis ambiguidades, expressões
figuradas e valores que muitas vezes se apresentam de forma implícita em
algumas situações, bem como a própria intenção do falante no dado momento de
sua fala.
De acordo com Cançado (2012.p.17-18)
Assumimos, mais especificamente, que o
semanticista busca descrever o conhecimento semântico que o falante tem de sua
língua [...] A semântica não pode ser estuda somente como a interpretação de um
sistema abstrato, mas também tem que ser estudada como um sistema que interage
com outros sistemas no processo da comunicação e expressão dos pensamentos
humanos.
Pode-se perceber que,
para Cançado (2012) a semântica precisa dar conta de fenômenos além dos estudos
pela semântica formal. Por isso, para ela, é necessário que se pense na
interação de diversos sistemas.
A referida autora
aponta, ainda, que o significado pode ser: semântico, aquele contido nas
palavras e nas sentenças, o que diz respeito ao chamado sentido literal;
representacional, aquele ancorado em nossas representações mentais; pragmático,
aquele fundado especialmente nos elementos contextuais.
Em contrapartida, a
pragmática é o estudo da linguagem e da forma que ela está sendo utilizada no
texto, assim sendo, é o porquê de sua utilização. Ela geralmente está implícita
na oração dependendo então, de um conhecimento de mundo para que seja possível
o seu entendimento.
A investigação do
significado abrange várias possibilidades, entre elas a relação existente entre
as expressões linguísticas e o mundo. As expressões linguísticas sempre fazem
referência a algo, por isso, de acordo com Muller, Negrão e Foltran (2003) a
referência feita a situações da língua sugere que os significados estejam
ligados ao mundo. Entretanto, a semântica tem seu conceito frequentemente
confundido com a pragmática, que é, na verdade, o sentido daquela significação.
A fronteira entre semântica e
pragmática é normalmente traçada a partir da noção de contexto. A significação
que independe de contexto é colocada no campo da semântica, e a significação
contextualmente dependente é colocada no campo da pragmática (MOURA, 2006, p.
66).
Entende-se então, que
a pragmática é o estudo da linguagem e da forma como ela está sendo utilizada
no texto, ou seja, o porquê de sua utilização. Ela geralmente está implícita na
oração dependendo de um conhecimento de mundo para que seja possível a sua
compreensão. Portanto nem todo elemento contextual pode ser considerado
pragmático, é preciso uma definição delimitada para que isso ocorra.
O estudo pragmático da atividade
literária focaliza os traços que caracterizam o aspecto dialético da produção
literária: o texto como um processo de expressão em palavras (wording)
originado e guiado pelo autor, mas simultaneamente orientado e ativado pelo
leitor. O leitor é limitado pelas restrições do texto; mas este também fornece
os graus necessários de liberdade pela qual o leitor pode colaborar com o autor
para construir o universo textual apropriado, consoante com as condições
contextuais mais amplas que marcam o mundo e o tempo em que vive o leitor (MEY,
2001, p.197).
A pragmática envolve
uma série de deduções que são adquiridas a partir de crenças pertencentes aos
interlocutores, que delimitam o contexto da interpretação. Analisa os uso da
linguagem e a prática linguística, estuda condições que permeiam essa prática e
pode ser denominada como a ciência do uso linguístico. Seu estudo visa explicar
a linguagem e não a língua e procura então definir o que vem a ser linguagem
para que a análise possa determinar uma definição dos conceitos de comunicação
e sociedade.
A pragmática tem como
objetivo, além de explicar a linguagem que está sendo utilizada, não descartar
nenhum conteúdo que não seja convencional. Portanto, vai a favor de todos os usuários
da linguagem para discutir e descrever a representação linguística que se deve
analisar e tem para pesquisas, uma ampla variedade de temas.
E é nesta interface
que se apresenta um campo fértil para uma análise semântico-pragmática das
expressões: falcão, arrego, o bagulho é
doido, x-9 (xisnovou), e fiel, pois
estas foram bastante utilizadas no contexto do documentário e da música.
UTILIZAÇÃO
DA EXPRESSÃO FALCÃO
Como se descreve semanticamente
a expressão falcão, aparentemente, não é o mesmo do conhecimento
comum: uma ave de rapina. Entretanto, uma consulta a alguns dicionários pode
esclarecer se já existe outra significação, mesmo que pouco conhecida, próxima
do que é proposto pelo documentário para esta lexia. O Michaelis ( 2009 b) –
Moderno Dicionário da Língua Portuguesa descreve falcão como
1
Nome
vulgar de várias espécies de aves de rapina da família dos Falconídeos. Eram adestrados outrora para
a caça. Voz: crocitar, piar, pipiar. 2 Mil Peça leve de
artilharia, usada do século XV ao XVII. 3 Heráld Móvel de armaria
que representa um falcão sobre o poleiro.
O Dicionário Houaiss
da Língua Portuguesa também não foge destas definições: “1 Rubrica:
ornitologia. design. comum a várias aves falconiformes da fam. dos
acipitrídeos, pandionídeos e falconídeos, consideradas como aves de
rapina 2 Rubrica: armamento. tipo antigo de boca-de-fogo, de cano longo
e pequeno calibre” ( 2009a).
Em relação à
pragmática a expressão falcão não se trata de um pássaro, mas de um ser
humano, jovem e do sexo masculino, que
vigia e toma conta da favela, aquele que tá no tráfico noturno, que não dorme.
Outro fator de relevância é o fato de os falcões serem sempre meninos
(jovens). Existe também uma analogia à força do animal falcão, o qual tem o
poder de planar sobre os outros, um animal que tudo pode ver e é detentor de
grande agilidade. Analisada por esta descrição, a lexia falcão pode até
levar alguém a almejar tal “cargo”, por transmitir uma sensação de
superioridade.
Portanto, para
atender às necessidades daqueles que se inserem em ambas as colocações,
mostra-se necessário o emprego de vocábulos mais acessíveis (comuns) e,
consequentemente, para a expansão vocabular, o uso de gírias e a aplicação de
metáforas e analogias, como é o caso do emprego da lexia falcão.
Como diz Cançado (2012, p.26) ‘‘As metáforas são entendidas,
geralmente, como uma comparação que envolve identificação e transferência
dessas semelhanças de um conceito para outro’’. Dentro dessa análise, portanto,
a metáfora está nas bases da cognição e toda comunicação passa por algum tipo de
processo metafórico seja pela assimilação ‘‘ de novos conceitos ’’ a ‘‘velhas
metáforas’’.
UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO ARREGO
No documentário, observou-se a utilização da palavra “arrego”, como é denominado
dentro do tráfico que equivale ao
dinheiro pago à polícia como suborno , que também é mal remunerada pelo
Estado , ao invés de exercer sua real função, aceita o “arrego’’ do ponto de vista pragmático. Desse modo, se caracteriza como uma gíria, que é um
linguajar informal.
Borba (1971, p. 77)
define gíria como: “linguagem técnica usada pelos indivíduos quando postos em
circunstâncias especiais. Essas podem ser o grupo social ou profissional a que
pertence o falante ou as diversas situações da vida cotidiana”.
A gíria, mesmo
tratada por alguns estudiosos como forma peculiar da língua, utilizada,
preferencialmente, por jovens e marginais, é elemento fundamental para atender
as necessidades de um grupo da sociedade que tenham interesses afins. Assim,
esclarece Cabello (1996, p. 195) que “a gíria só é compreendida pelos iniciados
no grupo e serve como instrumento de identidade e de defesa social do grupo que
a utiliza”.
Há também outra
versão sobre o uso semântico da expressão arrego:
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa expressa desistência,
impossibilidade de continuar suportando uma situação (por medo, irritação,
impaciência ou constatação da derrota).
UTILIZAÇÃO
DA EXPRESSÃO O BAGULHO É DOIDO
A expressão ‘‘ O bagulho é doido’’ é utilizado no documentário com sentido
metáforico, fazendo uma relação no campo da pragmática para expressar a
realidade da vida na favela. Assim, tem-se a percepção de jovens moradores da
favela, dando-se uma ideia carregada do sentimento de uma pessoa, representando
uma juventude triste, agressiva, revoltada, arrependida, marginalizada, feliz,
apaixonada pela vida, onde ele (sujeito) é produto do meio.
Pode-se ver que ela aponta, ainda, a tessitura
de vozes que por vezes revelam harmonicamente. Por outro lado o dicionário
informal define semanticamente a expressão ‘‘O bagulho é doido’’ como:
uma situação agitada, ritmo frenético; sinômimos: agitação, tumulto, relacionados
a bagunça, situação. Verifica-se que tal expressão utilizada para se referir a
uma situação ou ação difícil de se passar ou executar.
UTILIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES X-9(XIS NOVE) E XISNOVOU
Semanticamente a explicação mais lógica
para expressão X-9 é que esta faz
referência a um agente secreto das histórias em quadrinhos, infiltrado entre
gangues, com a finalidade de colher informações para uma agência secreta. X-9
seria uma maneira de manter o verdadeiro nome do agente em sigilo, ou seja, de
manter a sua identidade secreta, como mostra o relato abaixo:
A origem mais provável deve
estar relacionada a um antigo personagem de história em quadrinhos, criado nos
Estados Unidos. Surgiu, em 1934, como publicação em tira de jornal, mantendo-se
até o final do século passado. Inicialmente, sem nome, conhecido apenas como
Secret Agent X-9, cumpria o papel simultâneo de detetive particular e de agente
secreto que trabalhava para uma agência que também não tinha nome. Depois de
1940, recebeu o nome de “Phil Corrigan”, e sua agência era nada mais e nada
menos que o FBI. Na sua atividade, infiltrava-se entre os contraventores para
descobrir o seu "modus operandi". X, geralmente, é a
representação de incógnita em operação matemática, de algo desconhecido, o X do
problema. As aventuras do agente X-9 também foram publicadas no Brasil, a
partir da década de 1940 até a década de 1970.[1]
No Brasil, há também outra versão sobre
o uso semântico de tal expressão:
Coincidência ou não, o massacre no presídio de Carandiru, em 2 de
outubro de 1992, começou com uma rebelião justamente no pavilhão 9, o que
culminou com a invasão do local, por parte da Polícia Militar de São Paulo, e a
morte de cento e onze detentos. Lá estavam, com certeza, muitos delatores. No
entanto, nada justifica o cruel massacre.[2]
Do ponto de vista pragmático, ou seja,
no uso popular representado no documentário e na música, X-9 é empregada com
valor, ora de adjetivo (fulano é um X-9), ora como substantivo (o X-9 vai se
dar mal), sendo usada para expressar que alguém é delator, “ dedo-duro” ou
informante.
Neste tipo de aplicabilidade, tal
expressão se configura como uma gíria, linguagem peculiar da comunicação verbal
e oral que caracteriza um determinado grupo:
A comunicação oral
é algo que marca grupos de pessoas. Todos eles – sociais e profissionais –têm
uma característica inerente à forma de linguagem. Funkeiros, futebolistas, sambistas
e policiais são alguns exemplos que utilizam gírias próprias que definem bem um
conjunto. Muitas delas, com origens no popular, ultrapassam as barreiras
sociais e passam a ser utilizadas pelas multidões, aderindo, em certos casos,
até ao dicionário. (RANGEL; VIEIRA, 2011, p.30)
O
contexto sociocultural, em análise, demonstra que é comum a utilização de
expressões próprias do mundo do crime, devido a sua rapidez, dinamicidade e
muitas vezes por ser tida como um código comum e secreto entre seus utilizadores.
No documentário, observou-se a utilização da
palavra “xisnovou”, que se trata de uma forma verbal como o mesmo sentido da
expressão X-9 e desta derivada, ou seja, se refere àquele que pratica a ação de
delatar, de entregar alguém ou uma informação sobre este alguém à polícia.
Xisnovar, desse modo, se caracteriza como um
neologismo, que é a criação/ utilização de uma palavra nova, inesperada, por
associação a outra existente, como salienta Cabré (1993: 444): “o neologismo pode-se definir como uma unidade
léxica de formação recente, uma
acepção nova de um termo já existente ou um termo emprestado há pouco de um sistema
linguístico estrangeiro”.
Diante disso, pode ser dizer que da semântica à
pragmática das expressões X-9 e xisnovou,
se for considerada a primeira versão apresentada, percebe-se a total relação
existente, pois houve uma referência direta das ações e da função do personagem
da história em quadrinhos Secret Agente
X-9, com os possíveis comportamentos daqueles que servem como informantes nas
comunidades. E a segunda versão também é bastante convincente e se relaciona
bem com o uso pragmático, uma vez que traz um contexto popular de delação,
vingança e morte.
UTILIZAÇÃO
DA EXPRESSÃO FIEL
Ao analisar o termo fiel sobre o ponto de vista tanto da
semântica quanto da pragmática, em que se observa o significado e o sentido da
palavra dentro de um contexto, é possível afirmar que nos dois casos se referem
a um indivíduo que demonstra lealdade a alguém.
E tomando como base a
expressão em seu real significado segundo o descrito no dicionário Houaiss (2009)
fiel é: “aquele que demonstra dedicação, zelo, que não contraria a confiança
depositada, leal, devotado”.
Conforme o supracitado trata-se de um sujeito
que guarda fidelidade, que cumpre aquilo que se obriga, infalível, constante,
firme, incapaz de trair aquele que lhe depositou confiança.
Vale ainda ressaltar o uso
da palavra fiel dentro de um contexto cristão, sendo aqui também apresentado
com base no dicionário já citado; “é aquele que segue os princípios e professa
determinada religião, que se mostra constante perseverante”. Ou seja, faz
referência a uma pessoa que guarda valores e doutrinas de sua religião
prestando lealdade ao seu Senhor.
Diante disso é possível
fazer uma relação quanto ao uso do termo no documentário, ao analisá-lo agora
sob o ponto de vista da pragmática. A expressão aparece na fala de um garoto
quando ele é questionado se ele é fiel e o que significa o termo. E ele
responde da seguinte forma:
Sou fiel. O cara que
eu ando ele fala que eu sou fiel dele, por causa de que tudo que ele faz e me
pede pra eu fazer ele confia ne mim, um monte de coisa. Tipo que ele tá com
fuzil né, quando não dá pra ele guardar só eu sei onde é que tá e eu vou lá e
pego...(FALCAO: MENINOS DO TRÁFICO, 2006)
É possível observar que o
termo é utilizado em forma de gíria, e assim como na semântica faz referência
também a um indivíduo que se considera fiel por ser um sujeito merecedor de
total confiança e como nas colocações acima realça de certa forma um papel
positivo no que se refere a lealdade e devoção.
Dadas as colocações, pode-se
afirmar que os estudos semânticos e pragmáticos, no contexto do documentário se
revelam como um vasto campo de análise
e compreensão dos fenômenos linguísticos em diferentes situações de uso.
REFERÊNCIAS
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C., & BILL, M.V. Falcão: Meninos
do tráfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
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em:http://www.dicionarioinformal.com.br/bagulho%20doido/Acesso em:
03 dezembro , 2013
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03 dezembro de 2013
BECHARA,
Evanildo. Moderna Gramática da Língua
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Bill,
M. V. (2006). Falcão: o bagulho é doido [Cd]. Manaus: BMG. Digital, estéreo.
BORBA,
F. S. Pequeno vocabulário de linguística moderna. São Paulo:
Cia Editora Nacional, 1971.
CABELLO,
A. R. G. Processo de formação da gíria brasileira. São Paulo.
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CABRÉ, Maria Teresa (1993) La
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FIEl In: Michaelis
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MEY,
Jacob L. As vozes da sociedade. Seminários
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MOURA,
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MULLER,
Ana Lúcia; NEGRÃO, Esmeralda Vailati e FOLTRAN, Maria José (orgs.). Semântica Formal. Editora Contexto. São
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RANGEL,
Aline & VIEIRA, Vitor. O idioma
prático e inconfundível das gírias. São Paulo: Eclética, 2011.
X-9 : Disponível em: http://www1.prefpoa.com.br/pwcidadao/default.php?reg=140&p_secao=158
acesso em: 01/12/2013)
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