INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO
SUPERIOR DE BARREIRAS – IAESB
FACULDADE SÃO FRANCISCO DE
BARREIRAS – FASB
CURSO DE AGRONOMIA
EDIVÂNIA
ALVES DE SOUZA
RESENHA
CRÍTICA DA OBRA “COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS”, DE LEONOR LOPES FÁVERO
BARREIRAS
2013
EDIVÂNIA
ALVES DE SOUZA
RESENHA
CRÍTICA DA OBRA “COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS”, DE LEONOR LOPES FÁVERO
Resenha
crítica apresentada ao Curso de Agronomia da Faculdade São Francisco de
Barreiras – FASB, como requisito parcial de avaliação da disciplina Língua
Portuguesa.
Orientador:
Professor Especialista Aderlan Messias Oliveira
BARREIRAS
2013
FÁVERO,
Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais.
9 ª edição. São Paulo: Ática, 2003
A
produção de um texto requer muito mais que simplesmente expressar algumas
ideias num papel. Primeiro, é preciso ter amplo conhecimento linguístico e
depois saber organizá-lo, utilizando de técnicas específicas de estruturação de
palavras e pensamentos, a fim de conferir-lhe qualidade e sentido.
Para
abordar esse tema, em toda sua complexidade, Leonor Lopes Fávero, doutora em
linguística e considerada uma das maiores especialistas da língua portuguesa no
Brasil, propõe, em seu livro, “Coesão e Coerência Textuais” uma reflexão acerca
do assunto. A partir do segundo capítulo, questiona se há ou não distinção
entre coesão e coerência, à medida que parafraseia alguns teóricos, com seus
respectivos pontos de vista, para então dar fundamento à sua fala.
Segundo
Halliday e Hasan (apud FÁVERO, 2003),
o que caracteriza um texto são as ligações coesivas entre os enunciados e que
essas ligações sejam suficientes para conferir textualidade, através de fatores
que eles classificam como lexicais e gramaticais. Em suma, não distinguem
coesão e coerência. Marcushi (apud
FÁVERO, 2003) não impõe classificação, mas segue a linha proposta por
Beaugrande e Dressler (apud FÁVERO,
2003) que analisam ambos os elementos em níveis distintos. Para eles, a coesão
manifestada no aspecto microtextual, ou seja, expressada pelos fragmentos das
informações, interliga as palavras dentro de uma sequência. Já a coerência
manifestada do ponto macrotextual seria o resultado de processos compreensivos
ativos referindo-se a união destes fragmentos e estabelecendo um enunciado
contínuo.
Com
tantos mecanismos considerados, a autora aborda do quarto ao sétimo capítulo
três tipos de reclassificação para a coesão: referencial, recorrencial e sequencial
que são prontamente exemplificadas através de diversos textos de escritores
como Drummond, Ziraldo e João Cabral Neto, que segundo ela, expressam bem as
noções colocadas.
Na referencial, tem-se o exemplo: “... o
bruxo de Cosme Velho continua vivo entre nós.” O autor está referenciando
Machado de Assis e a cidade em que ele morou. A compreensão desta sentença
obtém-se de modo extratextual ou exofórico, ou seja, através da cultura e não do
conhecimento da língua. Já nestes outros enunciados: “Tenho um automóvel. Ele é
verde” e “Ele era tão bom, o meu marido!”, tem-se respectivamente anáfora e
catáfora, que significam retomada e sucessão de um marcador linguístico,
conferindo modo endofórico de coesão referencial.
Recorrencial é aquela em que a informação progride,
dá ênfase e intensifica a mensagem, seja através da repetição de termos,
recorrência de estruturas ou recursos fonológicos. Como é possível observar nos
seguintes enunciados: “Irene preta, Irene boa, Irene sempre de bom humor...” e
“ Se você fizer isto, então...” . Já a sequencial difere da anterior por não
retomar itens nas sentenças e ocorre por sequenciação temporal e por conexão, a
exemplo: “Vim, vi e venci” e “Há vagas para moças e/ou rapazes”.
Em
seguida, a especialista refaz a discussão a respeito da coerência. Retoma a
proposta de Beaugrande e Dressler (apud
FÁVERO, 2003) quanto aos dois tipos de conhecimento que a ela estão associados:
o declarativo, que é dado pelas sentenças e que está armazenado na memória
semântica e o procedimental, determinado pela experiência e armazenado na
memória episódica.
Nesta
investigação, Fávero examina, no nono capítulo, os “Modelos Cognitivos Globais”
ou blocos de conhecimento prévio que cada pessoa utiliza no processo de comunicação.
São eles: os frames, esquemas, planos, scripts e cenários e as “Superestruturas”,
que segundo Van Dijk (apud FÁVERO,
2003) é “a forma global de um texto, descrita em termos de categorias e regras
de formação”, que seriam: narrativo, argumentativo e descritivo. Com isso, a
autora conclui que a compreensão não está somente no fator linguístico, mas
ultrapassa a palavra, ao passo que o leitor detém conhecimento prévio acerca do
mundo e dos acontecimentos facilitando o processo de intelecção e, portanto, captação
da mensagem.
A
partir dessas considerações, percebe-se que a autora se preocupou com a exposição
dos itens abordados, tendo em vista a difícil linguagem resenhada, sugerindo
mais de uma leitura. Assim, sua obra é destinada a um público atento, o qual
procura agregar conhecimentos intelectuais à sua rotina. Porém, admite ser
distinta e complexa a análise de “Coesão e Coerência Textuais”, necessitando de
uma interpretação minuciosa, mas de fácil entendimento para os praticantes da
leitura.
Obrigada! ajudou muito entender melhor o livro. Estou lendo já no Cap.4 e não estava entendendo muito bem.
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