FÁVERO, L. Leonor. Coesão e Coerência Textuais. São Paulo:
Ática, 2003. 124 p.
Marta Glória dos Santos
Marinho
Thamires Cristina de
Oliveira Souza
André Miguel
Resenha crítica
Leonor
Lopes Fávero, uma das mais renomadas linguistas brasileiras, graduada e doutora
em letras Neolatinas pela USP – Universidade de São Paulo e orientadora desde
2002 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), é autora de
um grande acervo de livros, dentre eles “Coesão e Coerência Textuais”. Essa
obra tem finalidade de mostrar uma importante ferramenta para aprimorar os
conhecimentos linguísticos do leitor, oferecendo uma
explicação bastante clara e informativa de como elaborar um texto coeso e
coerente.
A
autora, no primeiro capítulo, inicia seu livro com uma pequena introdução
acerca da linguística textual, que é considerada a ciência da estrutura e do
funcionamento dos textos, sendo o texto mais do que a soma dos enunciados, mas
sim, a competência textual do seu falante. A produção linguística se dá com
textos e não com palavras isoladas. Para Fávero, existem fatores textuais para
a construção de um bom texto: a coesão e a coerência. Aonde coesão refere-se ao
modo como as palavras estão ligadas entre si dentro de uma sequência, e que nem
todo texto precisa de coesão, mas de atos de linguagem, já a coerência
define-se em um resultado de processos conhecidos entre os usuários e não um
mero traço dos textos.
No
segundo capítulo Fávero mostra o ponto de vista de diversos autores, como em
todo livro, destacando para o final o pensamento de Beaugrande e Dressler, no
qual eles citam que a coesão e coerência constituem fenômenos distintos pelo
fato de poder haver um sequenciamento coesivo de fatos isolados que não tem
condição de formar um texto (a coesão não é condição nem suficiente nem
necessária para formar um texto). Também há casos em que os textos são destituídos
de coesão, mas cuja textualidade se dá ao nível da coerência.
Na página 17 da obra Fávero e Kock fizeram uma proposta de
reclassificação em termos de função, propondo três tipos de coesão: a
referencial, que faz referência a alguma coisa necessária e a sua interpretação;
a recorrencial, que tem por função assinalar que a informação progrida; e por
último, a sequencial, que tem a mesma forma que as de recorrência, fazer
progredir o texto, fazer caminhar o texto informacional.
Por fim, os fatores de coesão são os que dão conta da estruturação
da sequência e aparência do texto e a coerência indica uma lógica entre os
enunciados. Nota-se que a coesão e coerência são distintas, mas também
independentes e para que haja sentido são necessários que tais fatores estejam
presentes no texto.
Dadas às colocações, pode-se dizer que a autora foi bastante
caprichosa na condução da obra, a qual se destina a um público amplo, a toda
pessoa que busca aperfeiçoar sua capacidade em redigir textos de qualidade
superior, mas o uso de palavras desconhecidas do vocabulário diário faz com que
a leitura perca um pouco do foco principal “aprimorar os conhecimentos
linguísticos” que se tornou um problema para o leitor, no entanto, com seu
brilhantismo Leonor driblou a gafe e foi bastante patriota ao usar trechos de
textos de grandes escritores e poetas brasileiros, como Carlos Drummond de
Andrade, Luís Fernando Veríssimo, Manoel Bandeira, Millôr Fernandes, entre
outros. Era tudo que se esperava da autora: informação, coesão e coerência.
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