GARCEZ,
Lucília Helena do Carmo. Técnica de
redação: o que é preciso saber para bem escrever. 2 ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2004
Ana
Benedita Fernandes da Silva Cordeiro[1]
Marilete da Silva Santos Lima[2]
Aderlan Messias de Oliveira³
A obra “Técnica de
Redação: o que é preciso saber para bem escrever”, de Lucília Helena do Carmo
Garcez, graduada em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, com mestrado
em Literatura pela Universidade de Brasília e Doutorado em Linguística Aplicada
e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e escrita
em oito capítulos, distribuídos nas 150 páginas, em que a desafia o leitor a
uma mudança de atitude em relação à escrita e consequentemente a leitura
enfatizando a importância do bem escrever para se produzir um bom texto.
No primeiro capítulo
Garcez (2004) fala dos mitos que cercam o ato de escrever, desenvolvidos em
quatro tópicos como verdades e mentiras em que relata mitos a respeito da
produção de texto, as falsas crenças, os mitos mais frequentes em relação à
escrita deixando bem claro que com força de vontade e perseverança todos podem
escrever bem.
Segundo a autora em
questão a escrita é uma construção social, coletiva, tanto na história humana
como na história de cada indivíduo. Como diz o renomado autor brasileiro José
J. Veiga (apud Garcez, 2004, p.2),
até mesmo o talento, vocação ou dom dependem de muita persistência e dessa
forma chega à conclusão de que todas as pessoas podem produzir bons textos.
Claro que não fácil como pensam, pois requer conhecimentos relativos ao assunto
a ser tratado, bem como a agilidade mental e aspectos envolvidos na escrita são
imprescindíveis para a formação de textos bem sucedidos.
Para Garcez (2004),
escrever é uma prática que se articula com o hábito da leitura, sendo assim,
impossível um mau leitor chegar a escrever com desenvoltura, como também a
importância da escrita no mundo moderno vinculado a práticas sociais.
No segundo tópico do
referido capítulo Garcez(2004) fala de “Reconsiderando crenças”, pondo em
evidência que qualquer pessoa pode ser um bom redator, mas exige muito empenho,
pois escrever não é tão fácil e mesmo diante de “dicas” oferecidas por
professores e colegas não é o suficiente para a elaboração de um texto fluente,
claro, adequado e que os truques podem ajudar, aos redatores que estão em um processo
de andamento, contribuindo para esclarecer pontos duvidosos ou obscuros da
escrita e da organização do texto, embora não funcionem isolados de muitos
exercícios.
No terceiro tópico Garcez
(2004) relata novas atitudes em relação à escrita salientando alguns pontos
fundamentais na elaboração de um bom texto no qual a escrita e leitura são
destacados. E no quarto tópico a mesma aponta a prática de escrita trazendo o
leitor a uma retrospectiva escolar fazendo narrativas ajudando-o a desbloquear
a mente e desenferrujar a mão.
O segundo capítulo aborda
o ato de escrever enfocando a importância de se compreender a prática da
escrita por depoimentos de pessoas que escrevem com desenvoltura, com precisão,
como relatado pela escritora Lygia Fagundes Telles, da luta do escritor com as
palavras para chegar ao objetivo com paciência, humildade e humor.
A escrita se faz por
processos que são abordados pela autora, por informações, hipóteses de produção
de texto, bem como a motivação para a escrita e leitura, pois memória vazia
produz textos fracos. Não esquecendo da ortografia, pontuação, acentuação,
concordância, regência que podem passar despercebidos e assim prejudicar a
fluência e continuidade do texto.
Para Garcez (2004) o bom
escritor é aquele que lê, re lê, corrige, reescreve várias vezes e se
conscientiza de que para redigir de forma mais produtiva é necessário revisar
simultaneamente parcelas do texto, aceitar sugestões de colegas e assim poder
publicá-los.
No terceiro capítulo a
qualidade da leitura é de grande importância. Não se consegue desvincular
escrita e leitura. Através da leitura se constrói uma intimidade muito grande
com a língua escrita, sendo primordial no enriquecimento da memória, do senso
crítico e do conhecimento de diversos assuntos acerca do que se pode escrever.
Para a referida autora a
leitura precisa ser analisada e compreendida e ler não é tão fácil como se
pensa, é necessário entender o vocabulário e organizar as frases, identificar o
tipo de texto e o gênero, ativar as informações antigas e novas sobre o
assunto, assim percebe-se que a língua, os gêneros, os tipos de texto e o
assunto são importantes na compreensão de um texto e dessa forma a leitura
torna- se produtiva.
No quarto capítulo Garcez
(2004) reforça a importância da leitura e escrita, explicando como deve ser
trabalhada a memória uma vez que a mesma é muito seletiva, da mesma forma a
relevância dos resumos, esquemas e paráfrases e assim chegando a síntese.
Já no quinto capítulo
ressalta que decisões precisam ser tomadas antes e durante um trabalho de
escrita para se ter um bom texto. Entre estas decisões estão as estruturas de
linguagem a seres usadas, qual o gênero de texto mais adequado, quais os
objetivos do texto e qual informação transmitir e assim refletir sobe estas
decisões no texto a ser produzido.
No capítulo sexto a autora
em destaque fala das ideias que precisam ser ordenadas. Para se escrever um
texto, como já foi mencionado nos capítulos anteriores, passa-se por muitas
etapas que vão sendo desenvolvidas ao decorrer da escrita. Este processo começa
com muitas anotações sem organização e desordenadas para não perder as ideias
surgidas. Depois é feita uma releitura para ordenar estas ideias e serem excluídas
as incompletas, deixando somente as consideradas interessantes para o assunto
escrito, fazendo o resumo das centrais. Através das ideias principais podem ser
elaboradas ideias secundárias, detalhes, exemplos. A partir do pequeno texto
inicial como fio condutor, o desenvolvimento pode seguir as vertentes sugeridas
pelo próprio assunto, como afirma a autora em questão.
O entrelaçamento das
ideias, segundo a autora, é o tecido aparente do texto, bem explicado no
capítulo sétimo, em que enfoca muito a respeito da coesão textual e os
problemas decorrentes da ausência desta coesão que levam a desordem nas ideias
e dificuldade na compreensão do leitor. Dessa forma, reler o texto a ser
produzido identificando os recursos de coesão garante fidelidade às ideias a
serem apresentadas.
Por fim no oitavo capítulo
Garcez (2004) dá ênfase na reescrita de textos passando ao redator a
importância de se tomar o lugar do leitor, para assim conseguir uma ótima
avaliação textual, bem como pode também ser útil o envolvimento de colegas,
professores, pais, irmão ou companheiro, neste processo de reescrita.
Para Garcez (2004) o autor
não tem interesse em deixar explícita sua voz, prefere adotar uma posição
impessoal e diante de maneiras de conseguir esse objetivo abrange algumas delas
como: generalizar o sujeito; ocultar o agente; colocar um agente inanimado; uso
gramatical do sujeito indeterminado; uso da voz passiva.
O uso de vocabulário,
estrutura de períodos, pontuação, ortografia e o uso do sinal indicativo de
crase são tópicos desenvolvidos neste capítulo, em que a autora aponta como
fundamentais para se ter texto bem estruturado.
Diante disso percebe-se
que a obra em estudo, com amplos conhecimentos de forma lógica e coerente e de
linguagem de fácil compreensão, com técnicas e habilidades para bem escrever, é
destinada a todo o público que pretende desenvolver bons textos, a estudantes
ajudando-os no convívio mais natural com a escrita e assim a facilidade de se
produzir bons textos, e a professores na contribuição de conhecimentos, visto
que é notável pela autora o prazer e persistência na leitura e escrita.
[1] Acadêmica do Curso superior de
Enfermagem (FASB)
2 Acadêmica do Curso superior de
Enfermagem (FASB)
3 Especialista em Psicopedagogia (FASB),
Licenciado em Letras Vernáculas (UNEB) e Bacharelando em Direito (FASB) e
professor de Metodologia Científica no curso de Enfermagem da FASB
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